tag:blogger.com,1999:blog-89295116912841195952024-03-14T00:38:52.010-03:00Estudos LiteráriosRodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-47444143323929789352011-09-04T20:18:00.000-03:002011-09-11T12:56:43.474-03:00A Hora e a Vez do Leitor [Resenha]<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></div>
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac><br />
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><b>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:</b></span></div>
<div style="text-align: right;">
<br />
<span style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi. <b>Estética da Recepção</b> in: BONNICI, Thomas & ZOLIN, Lúcia Osana (Orgs.). Teoria Literária: Abordagem histórica e tendências contemporâneas. 3º ed. Maringá: Eduem, 2009. Cap. 8, p. 153-162.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";">Na história da
crítica literária até a primeira metade do século XX, tanto o escritor, como o
texto em si, tiveram seus momentos de protagonistas no divã das discussões
acerca da arte literária. Só a partir da década de 60 e 70 do mesmo século é
que outra <i>entidade </i>passa a ameaçar a “autoridade” destes dois: o leitor.
Zappone (2009), citando Eagleton (1989, p. 80) nos apresenta esses três grandes
momentos da Crítica Literária, o primeiro que vai até o século XIX e é representado
pelos “<i>estudos biográficos do autor”</i>, o segundo do início do século XX e
é marcado pela excessiva <i>“preocupação com o texto”</i> (Formalismo, New
Cristicism) e o terceiro momento, de tendências mais modernas onde os estudos
privilegiam o leitor e a recepção da obra.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><br />
Apesar de
este terceiro momento ter-se organizado em uma teoria apenas por volta da
década de 60 e 70, desde o inicio do século, como nos diz Zappone (2009, p.
153), já havia uma preocupação teórica com o <i>“redimensionamento das noções
de autor, de texto e de leitor”. </i>Preocupação esta que brotava com as novas
abordagens lingüísticas que surgiam, como a Pragmática, a Teoria da Enunciação
e a Análise do Discurso. Todas elas semelhantes ao ponto de não se aterem aos
elementos lingüísticos como únicos produtores de sentido do texto. Desta forma,
podemos dizer que o “contexto teórico” do século XX propicia o aparecimento de
uma nova forma de estudar a literatura: a Teoria da Recepção.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><br />
A Teoria da
Recepção é dividida em várias teorias menores, desta forma alguns autores falam
em “Teorias da Recepção”. O que elas possuem em comum é o fato de todas
partirem da recepção da obra para realizar seus estudos, mas diferem sobre o
que enfocar. Zappone (2009) enumera as principais: a “Estética da Recepção”, de
Hans Robert Jauss, o “Reader-Response Cristicism”, de Stanley Fish, Wolfgang
Iser e Jonathan Culler e a “Sociologia da Leitura”, de Robert Escarpit. Destes
estudos, o de Jauss aparece como o mais significativo em termos de contribuições.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><br />
Após uma
análise sobre a crítica formalista e a crítica sociológica, Jauss atesta que
ambas as teorias tentaram resolver a dicotomia entre história e estética, mas
nenhuma delas conseguiu. Ora por enfatizar demais o caráter estrutural da obra
e desconsiderar a condicionante histórica, ora pelo contrário. A solução que
ele propõe para a união destes dois aspectos é uma história da literatura
baseada nos leitores, ou seja, nos espectadores, no público. Para fundamentar
essa nova metodologia, Jauss escreve suas famosas sete teses.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI89KVrHr0255kVpwRJGywL1REyQcMFFfeVfYwtvqFI10u9MBSyAWKukIhV57-tjKL_g9gIT2aqvXAqPHuDdMpPtT-5tBcDCCzgf0d-s5ebBFXybOAYtswtVetQJ_gCSLgkk7BGzdIO5_Z/s1600/Hans+Robert+Jauss.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI89KVrHr0255kVpwRJGywL1REyQcMFFfeVfYwtvqFI10u9MBSyAWKukIhV57-tjKL_g9gIT2aqvXAqPHuDdMpPtT-5tBcDCCzgf0d-s5ebBFXybOAYtswtVetQJ_gCSLgkk7BGzdIO5_Z/s1600/Hans+Robert+Jauss.jpg" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
</div>
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";">A primeira tese toca
no ponto da historicidade da literatura. A obra não existiria por si só, mas
apenas quando é lida. A segunda tese fala de um conjunto de conhecimentos
literários e de mundo que o leitor detém ao ler uma obra e estabelecem seu
“horizonte de expectativas”. Na terceira tese, Jauss fala do conceito de
“distância estética” que quanto maior em relação ao “horizonte de expectativas”
mais significativa será a obra. Para exemplificar o oposto, a autora fala dos <i>best-sellers</i>
e dos<i> romances de banca de revistas</i> que não causam esse estranhamento<i>,
</i>não rompem o “horizonte de expectativas” dos leitores. A quarta tese fala
que a própria consciência que interpreta um texto está envolvida num processo
histórico que afeta o modo que esse texto é lido. “Só se pode compreender um
texto quando se compreendeu a pergunta para a qual ele constituiu uma resposta”
(JAUSS, 1994, p.37).<i> </i>A quinta tese se refere ao caráter diacrônico
da teoria de Jauss. Ele propõe que é necessária antes uma história da recepção
para se entender a história da literatura. A sexta tese trata do sincronismo e
diz que mesmo se estudando a história da recepção pelos estudos diacrônicos,
deve-se também considerar o momento de aparição da obra. A sétima e última tese
reafirma a sexta e diz que, além disso, deve se levar em consideração “<i>os
efeitos da literatura na vida prática de seus receptores”</i> (ZAPPONE, 2009,
p. 161).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><br />
Assim como
outras teorias, a Estética da Recepção trouxe avanços metodológicos em relação
a teorias anteriores, mas ainda assim não se mostrou completa e acabada.
Segundo a autora a teoria de Jauss esbarra na caracterização do leitor. A
autora também salienta que o “horizonte de expectativas” é pressuposto por
Jauss e pode não corresponder na realidade as suas aspirações metodológicas.
Zappone (2009) assumindo a idéia de que a Estética da Recepção de Jauss, apesar
de suas limitações, parte de um espaço amplo para que se pense a literatura
como categoria histórica e social, portanto em contínua transformação, a valida
em sua crítica aos modelos tradicionais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: right;">
<b><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";">Rodrigo Morais Leite</span></b></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-19507846698422556882011-09-03T12:17:00.000-03:002011-09-11T12:57:38.270-03:00As Antenas de Ezra Pound [Fichamento]<div style="color: #444444; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<b><span style="font-size: small;"><i><span style="font-style: normal;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:</span></i></span></b><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><i><span style="font-style: normal;">POUND, Ezra.</span></i><span class="st"><i>
</i></span><i><span style="font-style: normal;">ABC da literatura</span></i><i><span style="font-style: normal;">.</span></i><span class="st"><i>
</i></span><span class="st">Tradução
de Augusto de Campos </span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span class="st">e José Paulo Paes, São Paulo: Cultrix, 2006.</span><b> </b></span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;"><b>As Antenas de Ezra
Pound, por Augusto de Campos</b></span></div>
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Os estudos críticos de Pound –
afirmou T. S. Eliot –, dispersos e ocasionais como tenham sido, formam o corpo
de crítica menos desprezível do nosso tempo”.</span> [página 9]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #20124d;"><span style="color: purple;">“A pedagogia pragmática de Pound
é o oposto das elucubrações metafísicas e da desconversa im/expressionista: ‘O
mau crítico se identifica facilmente quando começa discutir o poeta e não o
poema”.</span></span> [página 9]</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Para Pound, o método correto de
se estudar a literatura é o método dos biologistas: exame cuidadoso e direto da
matéria, e contínua COMPARAÇÃO de uma lâmina com outra ou espécime com outra”.</span> [página
10]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY3jxXZFj4nygIxbGWH70-bNosa89ZoXDlpQi0VizPH9dJDo4qJHIgOOitlQKUvO_Wu24Teb9fFrB4u_tBg0vb0tTB3xLdfnYAvdxvFCLu8jIiIXKwdHtZgkUbgPrxdi_ojrGOzQud2wMt/s1600/Ezra+Pound.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY3jxXZFj4nygIxbGWH70-bNosa89ZoXDlpQi0VizPH9dJDo4qJHIgOOitlQKUvO_Wu24Teb9fFrB4u_tBg0vb0tTB3xLdfnYAvdxvFCLu8jIiIXKwdHtZgkUbgPrxdi_ojrGOzQud2wMt/s320/Ezra+Pound.png" width="161" /></a><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Outro postulado fundamental do
pensamento de EP é o compendiado na fórmula DICHTEN=CONDENSARE, que ele assim
esclarece: ‘Basil Bunting, ao folhear um dicionário alemão-italiano, descobriu que
a idéia de poesia como concentração é quase tão velha como a língua germânica. ‘Dichten’
é o verbo alemão correspondente ao substantivo ‘Dichtung’, que significa poesia
e o lexicográfico traduzi-o pelo verbo italiano que significa ‘condensar”.</span> [página
10]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Exame direto. Comparação.
Concentração". </span>[página 10]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Augusto de Campos nos antecipa a
divisão poundiana para a categoria dos escritores em inventores, mestres,
diluidores, bons escritores, belles lettres e os lançadores de moda. Divisão esta
que será aborda com maior rigor em outra oportunidade. Outra divisão também
salientada por Campos é a da poesia em melopéia, fanopéia e logopéia. A crítica
literária de Pound é criadora e como tipos válidos desta, ele enumera a crítica
pela discussão, a crítica pela tradução, a crítica pelo exercício pelo estilo
de uma época, a crítica via música e a crítica via poesia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">A respeito destas divisões
poundiana, Campos nos esclarece:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Todo esse afã classificatório
nada tem de acadêmico ou escolástico. Trata-se de totalizações drásticas, para
fins didáticos e pragmáticos, a partir de uma noção dinâmica de poesia: a
poesia em ação, permanentemente revista por um critério seletivo, de invenção,
que trata por separar, do que está morto e enterrado, o que permanece vivo e
aberto e é capaz de fornecer ‘nutrimento de impulso’ a novas descobertas e
expansões”. </span>[página 12]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Artistas. Antenas”.</span> [página 13]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“O ABC OF READING, este
anticompêndio literário, denuncia, premonitoriamente, a falácia dos sistemas
ainda hoje aplicados ao ensino e à crítca da literatura. O método ideogrâmico
de Ezra Pound põe a nu, por comparação, a pseudo-seriedade, a timidez
autocomplacente e a carência de senso criativo ainda hoje dominantes no âmbito
universitário. E incita à urgente revisão de tais sistemas”.</span> [página 14]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Uma nação que negligencia as
percepções de seus artistas entra EME declínio. Depois de um certo tempo ela
cessa de agir e apenas sobrevive (POUND)”.</span> [página 14]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Pound deu, com este livro, um
sinal de alarme. Não é possível negligenciar, sem grave dano, os avisos de suas
antenas” </span>[página 14]</span></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-42208745419535578292011-09-02T11:52:00.000-03:002011-09-11T13:00:01.706-03:00A Natureza do Fenômeno Literário [Fichamento]<div style="color: #444444; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent> </m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent> </m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: right;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="font-size: small;"><span style="color: black;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</span> </span></b><br />
<br />
<span style="font-size: small;">DANZIGER, Marlies K.; JOHNSON, W. Stacy. </span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Introdução ao estudo crítico da literatura.</b> São Paulo: Cultrix, 1961</span></div>
</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijw7XlUs4t_61_93pkyG924cXqddVcjAO_LLiG3mOTNm1ceYFRJo4ILKmCIOT5n0eRpHFB9e-QKpf0aU4TlbMkq8FihjBhfCmdAohDeB6YtZpY6Qusr8Imw-FqRaKyy8SHeVac-6-eCrLT/s1600/introdu%25C3%25A7%25C3%25A3o+ao+estudo+cr%25C3%25ADtico+da+literatura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijw7XlUs4t_61_93pkyG924cXqddVcjAO_LLiG3mOTNm1ceYFRJo4ILKmCIOT5n0eRpHFB9e-QKpf0aU4TlbMkq8FihjBhfCmdAohDeB6YtZpY6Qusr8Imw-FqRaKyy8SHeVac-6-eCrLT/s320/introdu%25C3%25A7%25C3%25A3o+ao+estudo+cr%25C3%25ADtico+da+literatura.jpg" width="219" /></a></div>
<br />
<div style="color: black;">
<span style="font-size: small;"><b>Capítulo 1</b></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>DEFINIÇÃO DE LITERATURA</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“O que é literatura e qual é a melhor maneira de defini-la? [...] Para os nossos propósitos, será preferível começar por defini-la de um modo tão amplo e neutro quanto possível, simplesmente como uma arte verbal”.</span> [página 9]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>A Natureza Verbal da Literatura</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;">E a tradição oral, como a Ilíada e a Odisséia ou as sagas islandesas com o Beowulf?</span><span style="font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Para que possa abranger essas e outras obras verbais, é útil considerar a literatura uma arte verbal, </span><i style="color: purple;">lato sensu, </i><span style="color: purple;">deixando em aberto a questão sobre se as palavras são escritas ou faladas”.</span> [página 9-10]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;">O problema da palavra:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“... a língua é um meio de comunicação e expressão muito complexo, a mesma palavra pode ter vários significados distintos. [...] deparamo-nos sempre com a questão de apurar o que é, exatamente, que as palavras num poema ou num conto significam, na realidade. Para começar, a língua está sujeita a transformações históricas”. <span style="color: black;">[página 11]</span></span> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;">Para se compreender estas transformações que a língua sofre no decorrer dos anos, é necessário um estudo diacrônico da mesma. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Evidentemente, as conotações vocabulares mudam, assim como a gíria de ontem se converte no uso consagrado de hoje e a elegância de há um século soa aos ouvidos modernos como falso e vulgar preciosismo. [...]. No entanto, devemos evitar a atribuição de conotações modernas ou de significados modernos mas limitados demais a todas as palavras que lemos. À tão debatida questão sobre como poderemos saber, de um modo preciso, o que as palavras realmente significam, duas respostas contrastantes são dadas como freqüência. Uma, é que somente o autor o sabe; a outra, que cada leitor deve decidir para si mesmo, que significado lhes atribui”.</span> [página 12]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Nestas circunstâncias, parece preferível descartar essas duas soluções teóricas e adotar uma posição francamente pragmática. Podemos reconhecer a dificuldade em determinar o significado preciso das palavras mas, não obstante, visar uma interpretação que seja algo mais que do que individual ou aleatória. Em primeiro lugar, podemos nos esforçar por descobrir o significado que uma palavra poderá ter tido na época em que foi usada pelo escritor, se diferir do seu significado atual. [...]. Em segundo lugar, podemos destrinçar entre diferentes significados que a mesma palavra pode ter em diferentes contextos.”</span> [página 13]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;">Ou seja, realizar um estudo diacrônico da língua</span><i><span style="font-size: small;">.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>O Problema do Texto</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;">“Não podemos, simplesmente, considerar axiomático, sobretudo o caso de obras mais antigas que o texto tenha passado sem contratempos e grandes mudanças do autor ao impressor e deste ao leitor”.</span> [página 14]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> Axiomático: axioma: 1. Verdade evidente por si mesma. 2. Máxima, sentença.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Mesmo quando o autor participou da publicação de sua obra podem surgir, apesar de tudo, problemas textuais. Um exemplo óbvio é a questão da revisão”.</span> [página 14]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <i> </i>E um pouco mais adiante ainda sobre a tarefa do revisor:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Ela inclui a eliminação de quaisquer incoerências óbvias de ortografia, de uso de maiúsculas e da pontuação, a chamada </span><i style="color: purple;">nomalização </i><span style="color: purple;">do texto e, com freqüência, entende-se à modernização desses processos. Finalmente, se encontrou passagens obscuras ou confusas, o revisor pode introduzir as suas próprias correções ou </span><i style="color: purple;">emendas</i><span style="color: purple;"> – as suas conjecturas sobre o modo como o trecho se lia no original ou sobre a verdadeira intenção do autor”.</span> [página 17]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> O problema da censura:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Um grande número de obras sérias e admiradas, hoje em dia, foram vítimas, em outros tempos, de censura, porque expressavam opiniões políticas e religiosas que não gozavam de popularidade ou porque se acreditava serem suscetíveis de abalar os costumes e a moralidade pública”.</span> [página 16]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">A proposta dos autores para este problema é a de que:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Como leitores críticos, devemos estar cônscios do fato de que os textos impressos não são infalíveis. Nem todos são igualmente autênticos e preparados idêntico esmero intelectual. Por outro lado, parece não haver regras simples e precisas que possam ser aplicadas à fixação definitiva de todo e qualquer texto. Cada um pode apresentar problemas especiais e cada um só pode ser tomado em seus próprios termos”.</span> [página 18]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Literatura Como Arte </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> </b><span style="color: purple;">“Em que sentido específico a literatura é uma arte?”</span> [página 18]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <i> </i>O autor nos diz que há três explicações tradicionais para esta pergunta e que todas elas, de alguma forma, relacionam a literatura com algo que lhe é extrínseco:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>1) A Teoria da Imitação</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> </b><span style="color: purple;">“Talvez a maneira mais antiga e venerável de se descrever a literatura como arte seja considerá-la uma forma de </span><i style="color: purple;">imitação</i><span style="color: purple;">”.</span> [página 18]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"> “Historicamente, o conceito de arte como imitação remonta a Platão e Aristóteles”. </span>[página 19]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">A versão de Platão:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Platão apresentou esse conceito na </span><i style="color: purple;">República</i><span style="color: purple;">, quando descreveu a literatura e a pintura em termos depreciativos, como imitações duplamente afastadas da realidade. Como a arte era, para ele, uma forma ideal, essência ou absoluto – a Entidade Única por detrás de muitos, a luz cujas sombras só são visíveis à humanidade na caverna – tudo que há neste mundo e, em particular, qualquer coisa feita pelo homem, ainda que seja uma simples cadeira ou uma cama, parecia ser tão-somente uma cópia já afastada um passo da realidade. E as artes, que Platão considerava cópias dos objetos feitos pelo homem, nada mais eram que cópias de uma cópia”.</span> [página 19]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">A versão de Aristóteles:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Com Aristóteles, entretanto, caiu o sentido negativo de </span><i style="color: purple;">imitação</i><span style="color: purple;">. Ao invés de Platão, ele não considerava este mundo uma simples sombra de um outro. E, em qualquer caso, acreditava que o instinto da imitação era importante, implantado no homem desde a infância e que o distinguia dos animais irracionais. Quando Aristóteles, no começo de sua </span><i style="color: purple;">Poética</i><span style="color: purple;">, qualificou como “modos de imitação” (</span><i style="color: purple;">mimesis</i><span style="color: purple;">) a poesia épica, a tragédia, a comédia, a poesia ditirâmbica (a que chamaríamos lírica) e até a flauta e lira, ele quis apenas dizer que se tratava de cópias ou, para usar termos mais positivos, de representações ou recriações da vida. Esta foi a acepção mais positiva adotada em era subseqüentes”.</span> [página 19]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Avaliação desta concepção de literatura como imitação:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Se tentarmos avaliar esta interpretação da literatura, teremos de reconhecer que ela toca em, pelo menos, dois importantes pontos”.</span> [página 20]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">1º ponto importante:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Considerada em seu valor aparente, sugere que a literatura imita ou reflete a vida; por outras palavras, a temática da literatura consiste nas múltiplas experiências dos seres humanos, em suas vivências”.</span> [página 20]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Problemas conceituais deste primeiro ponto:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“... surge uma séria dificuldade porque o próprio termo </span><i style="color: purple;">vida</i><span style="color: purple;"> é tão ambíguo que se presta a numerosas interpretações muito diferentes. [...]. Uma dessas maneiras é concebê-la como o total de experiências variadas e particulares que formam a existência cotidiana do homem [...]. A outra maneira é considerá-la no sentido muito mais amplo da vida humana e em seus aspectos gerais e permanentes ...”.</span> [página 20]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">2º ponto importante:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“O segundo e importante ponto sugerido pela teoria da imitação é que a vida está sendo imitada no sentido de ser reinterpretada e recriada. Neste caso, a ênfase principal parece recair sobre o </span><i style="color: purple;">modo como </i><span style="color: purple;">a vida é imitada”.</span> [página 20]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">E conseqüentemente, a forma como a vida é imitada depende da concepção que se tem da mesma:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Quando esta é entendida como o total de experiências particulares da existência cotidiana, da vida tal como usualmente ela é, é bem possível que a imitação resulte numa reprodução muito fiel, quase fotográfica, captando o maior número possível de detalhes e minúcias”.</span> [página 21]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Quando, por outro lado, se concebe a vida como um conjunto de aspectos gerais e permanentes da existência – não como ela é, usualmente, mas como deveria ser – dois outros tipos de imitação podem resultar. Teremos então uma representação consciente do que é típico ...”.</span> [página 21]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">E ainda uma terceira forma:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Teremos ainda a recriação superlativa idealizada da vida, na qual figuras de inusitada nobreza e elevação passam por experiências algo extraordinárias, como ocorre no teatro clássico e, em particular, na tragédia grega”.</span> [página 21]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Por fim, os autores nos dizem o porquê deste conceito não satisfazê-los, ou melhor, o problema desta conceituação:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Mas como o conceito de imitação pode ser interpretado de formas tão diversas e contratantes, devemos admitir que deva ser demasiado vago, para os nosso propósitos, como descrição da literatura. De qualquer modo, o próprio termo </span><i style="color: purple;">imitação</i><span style="color: purple;"> não é de todo desejável, visto que o leitor moderno poderá atribuir-lhe algo do sentido negativo que tinha para Platão ...”.</span> [página 21]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>2) A Teoria do Efeito</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> </b><span style="color: purple;">“A segunda maneira tradicional de definir literatura coloca-a em relação com seu público. [...] as teorias deste tipo são chamadas, por vezes, </span><i style="color: purple;">pragmáticas </i><span style="color: purple;">[...], por vezes, teorias </span><i style="color: purple;">afetivas</i><span style="color: purple;"> ...”.</span> [página 22]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“O interesse pela experiência psicológica do público também tem suas origens remotas na antiguidade clássica. Aristóteles revelou-o, sem dúvida, quando descreveu, ainda que de modo ambíguo, o estado de </span><i style="color: purple;">catarse</i><span style="color: purple;">, a purgação do medo e da compaixão que, acreditava ele, os espectadores sofrem no decurso da representação de uma tragédia. Professores de retórica ou de oratória, notadamente Quintiliano, manifestaram um interesse semelhante, ao salientar que o objeto principal da literatura é comover o público, despertar uma forte reação emocional e, assim, proporcionar prazer”.</span> [página 22]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;">Os autores nos colocam a frete de algumas dicotomias acerca da experiência resultante do efeito do fenômeno literário e, por conseguinte, da função que esta exerce: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Experiência psicológica X Experiência moral</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Ensinar o que é útil X Deleitar com o que é belo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">E mais uma:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Leitor envolvido com os dramas X Leitor com “distância psíquica”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Que se estabelece de acordo com o seguinte pensamento:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Ninguém negaria, claro, que a literatura exerce, de fato, um marcado efeito sobre seus leitores. Mas as teorias pragmáticas e afetivas, tanto quanto as teórias miméticas que consideramos antes, são passíveis de várias objeções. Para começar, é muito difícil dizer-se, com precisão, o que é que o leitor realmente sente”.</span> [página 23]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">E ainda:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Pessoas diferentes podem ter relações psicológicas muito distintas à mesma obra; ou seja, um leitor ingênuo talvez acabe por se envolver completamente com as personagens de uma história, ao passo que um leitor mais requintado poder-se-á manter desligado. Ou, por outro lado, diferentes gêneros de literatura podem suscitar experiências muito diferentes ...”.</span> [página 23]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Mais uma vez os autores discordam que esta seja a forma mais adequada de conceituar a literatura, e nos dizem o seguinte:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Seja como for, ao tentarmos chegar a uma descrição válida da experiência do leitor ou do espectador, estamos trabalhando no difícil e ainda pouco explorado campo do psicólogo, que não é, realmente, o do crítico literário”.</span> [página 23]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">É importante notar que a obra estudada tem sua publicação em 1961 e a edição consultada traduzida para o português remonta a 1974. Pensando na data de publicação da obra original, as “Teorias da Recepção”, ou simplesmente “Estética da Recepção”, de Hans Robert Jauss e tantos outros, ainda estavam, talvez, apenas na cabeça de seus idealizadores. Jauss só irá ler pela primeira vez suas famosas sete teses em 13 de abril de 1967, em conferência na Universidade de Constança, Alemanha. E só a partir daí, é que podemos dizer que de fato passou a existir um instrumental teórico mais seguro que possibilitasse a análise da obra literária sob a perspectiva da recepção do leitor, sem ter de recorrer, como os autores comentam, a psicologismos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>3) A Teoria da Expressão</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;">“A terceira maneira tradicional de ver a literatura é relacioná-la com o seu criador. Neste caso, vemo-la como o produto do poeta, dramaturgo ou romancista. Duas importantes concepções do poeta e sua obra nos chegaram dos tempos clássicos”. </span>[página 23]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> A primeira:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Uma que dia que o poeta é dotado de inspiração divina, um profeta (</span><i style="color: purple;">vates</i><span style="color: purple;">), “possuído” pela musa ou deidade que fala através dele”.</span> [página 23-24]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <i> </i>A segunda:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“A outra concepção do poeta é a que o considera, fundamentalmente, um artífice (</span><i style="color: purple;">poeta</i><span style="color: purple;">, “construtor”), com plena consciência do que está fazendo no momento da composição e depois, quando se dispõe a polir e retocar sua obra”.</span> [página 24]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> E ainda uma terceira versão:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Historicamente, este segundo ponto de vista predominou nos séculos XVII e XVIII, no período neoclássico. Mas uma nova versão do primeiro ponto de vista tornou-se popular no final do século XVIII e grande parte do século XIX, com o advento do Romantismo. De acordo com esta versão, o poeta, embora não literalmente possuído de divina loucura, é capaz de uma extraordinária inspiração”.</span> [página 24]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">O problema desta concepção:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Pois tal como as teorias pragmáticas e afetivas eram propensas a pôr em foco a psicologia do público, também aquelas teorias que focalizam a psicologia do poeta deveriam, para ser sustentáveis, submeter-se aos testes experimentais. Uma vez mais, devemos reconhecer que estamos abandonando o campo da crítica literária pelo da psicologia”.</span> [página 24-25]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Crítica às visões tradicionais</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“As três maneiras tradicionais de considerar a literatura, portanto, se bem que chamem atenção para certas qualidades inegáveis de uma obra literária, são, em última análise, incompletas e insatisfatórias”.</span> [página 25]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <i> </i>A proposta é a de procura de meios que:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<div>
<span style="font-size: small;"> “<span style="color: purple;">[...] descrevam a qualidade especial e característica que distingue uma obra literária </span><i style="color: purple;">per se</i><span style="color: purple;">”.</span> [página 25]</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: small;"><b>A Ideia da Ficcionalidade</b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"> <i> </i></span><span style="font-size: small;"><b style="color: purple;">“</b><span style="color: purple;">Um desses meios foi sugerido pelos críticos que falam da </span><i style="color: purple;">ficcionalidade</i><span style="color: purple;"> ou do </span><i style="color: purple;">universo virtual</i><span style="color: purple;"> que se encontra na literatura, no intuito de sugerir o que acontece </span><i style="color: purple;">dentro</i> <span style="color: purple;">de uma obra literária. Pois ainda que a obra seja, usualmente, de um modo ou de outro, um reflexo ou uma recriação do mundo e da vida – aquilo a que os antigos críticos chamavam de imitação – estamos certamente cônscios do fato de que não se trata, enfim, do mundo ou da vida real”.</span> [página 25]</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>A Ideia da Estrutura</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;">“... um segundo conceito tem sido proposto: o de que uma obra literária deve ser considerada uma </span><i style="color: purple;">estrutura</i><span style="color: purple;">. Embora esta ideia tenha sido interpretada de várias maneiras algo particularistas, significa, em princípio que cada obra é uma organização extremamente complexa e que os seus numerosos componentes ou facetas estão correlacionados entre si de tal forma que o todo é maior que as partes. Empregado neste sentido, o termo não se refere apenas aos aspectos formais – aos paralelos ou contrastes entre cenas, à ordenação do enredo em fases de clímax e anticlímax – mas inclui também a obra literária como um todo. Por outras palavras, casa obra não só possui uma estrutura mas </span><i style="color: purple;">é</i><span style="color: purple;"> uma estrutura”.</span> [página 26]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> E pra não deixar de falar da dicotomia mais discutida nos estudos literários:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;"> “A ideia de estrutura também nos leva a duvidar da obsoleta divisão de forma e conteúdo, ou forma e temática. Uma tal divisão é não só desejável mas impossível, se aceitarmos a ideia de que o tema é modelado, reformulado e, por último, convertido numa obra de literatura. Pois como poderemos dizer onde termina o tema e começa a forma? Para citar a interrogação que atormentava W. B. Yeats: ‘Como poderemos distinguir o dançarino da dança?”.</span> [página28]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Tampouco seremos tentados a equipar o significado total de um poema, peça teatral ou conto com o seu propósito aparente, ou ‘mensagem’, tal como não o faríamos em relação ao tema”.</span> [página 29]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> Quanto à distinção da literatura com outras artes, os autores comentam: </span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">“Decerto, pois, o significado total pode ser maior do que qualquer mensagem explicitamente enunciada. Da mesma forma que a ideia de ficcionalidade ou de um universo virtual é uma maneira útil de distinguirmos a literatura da experiência real, também a ideia de estrutura dos permite distinguir a literatura de outros usos da língua”. </span>[página 30]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Em literatura, por outro lado, interessamo-nos não só pelo que está sendo dito mas também pelo modo como a língua está sendo usada. Em primeiro lugar, o enredo e as personagens devem a sua própria existência às palavras que os descrevem; não têm outra existência alem daquela que as palavras lhes conferem. Em segundo lugar, o estilo – como iremos ver – faz parte integrante do todo, tanto quanto os elementos maiores do enredo, personagem e ambiente”.</span> [página 30]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <i> </i>E finalmente:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> <span style="color: purple;">“Com efeito, um aspecto característico que a literatura compartilha com as outras artes mas que a distingue dos demais usos da língua é que, em vez de transportar a nossa observação do que está sendo expresso para o que está sendo referido, leva-nos a fitá-la frontalmente e às suas relações internas. Tal como as outras artes, a literatura pode ser estudada e apreciada </span><i style="color: purple;">per se</i><span style="color: purple;">, como um valor em si mesma”.</span> [página 30] </span></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-59488467575121336472011-09-01T13:03:00.000-03:002011-09-11T12:52:44.283-03:00Estética da Recepção e História da literatura [Fichamento]<div style="color: red; text-align: right;">
<b><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="color: black;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</span></span></span></b></div>
<div style="color: red; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="color: black;"> </span></b> </span></span></div>
<div style="color: red; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura.</span></span></div>
<div style="color: red; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">São Paulo: Ática, 1989.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Apresentação:</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Oferecer a estética da recepção como um novo figurino ou esperar que ela encontre seguidores e adeptos entre nós, seduzidos por suas promessas e já saturados de alguma outra corrente crítica ou filosófica, é não apenas ter uma visão frívola da teoria da literatura ou do intelectual brasileiro; significa também colaborar para a alienação e dependência culturais, de que aquela frivolidade é um dos sintomas". <span style="color: black;">[página 5]</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Refletindo sobre a história, a estética da recepção é igualmente um acontecimento histórico; por isso, nosso ponto de partida é o estabelecimento de suas coordenadas temporais, a que se segue o esclarecimento de seus parentescos intelectuais. As teses de Jauss são expostas a partir do terceiro capítulo e, embora se acompanhem sua sequência e desdobramento através dos ensaios que foram sendo publicados principalmente entre 1967 e 1982, o objetivo não é verificar a evolução de seu pensamento". </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">7]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Este roteiro decorreu ainda de uma terceira decisão: a de esboçar a análise de um texto ficcional, Helena, de Machado de Assis, segundo a metodologia proposta por Jauss. [...] Jauss insiste em que a hermenêutica literária incorpore a etapa da aplicação. O exame de Helena responde a essa exigência, ao mesmo tempo testando os pressupostos que o fundamentam". </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> 7]</span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Capítulo I - A estética da recepção no horizonte dos anos 60</span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Em 1975, Hans Robert Jauss fez uma exposição durante o congresso bienal dos romancistas alemães em que, historiando o aparecimento da estética da recepção, situo o movimento do quadro dos acontecimentos intelectuais da década de 60". </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">8]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Talvez o traço mais marcante dessa época tenha sido a revelação do "poder jovem", a juventude vindo a constituir uma força política até então desconhecida [...]. Além disso, sua forma de agir provocou efeito imediatos".<span style="color: black;"> </span></span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">8]</span></span><br />
<br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"A universidade foi umas das instituições mais atingidas, pois a revolta começou dentro de seus muros, entre os estudantes, que se revelaram líderes ativos. [...] Não por coincidência a conferência com que Jauss abriu o ano acadêmico de 1967 ocorreu na Universidade de Constança, principal fruto da reforma educacional na Alemanha durante a segunda metade da década, é conhecida como 'Provocação' e começa pela recusa vigorosa dos métodos de ensino da história da literatura, considerados tradicionais e, por isso, desinteressantes". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 9]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"A análise de Jauss leva-o a denunciar a fossilização da história da literatura, cuja metodologia estava presa a padrões herdados do idealismo ou do positivismo do século XIX". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 9]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Na conferência, o diálogo de Jauss com o estrurturalismo é mais evidente, embora o ataque direcione-se especialmente a seu precursor, o formalismo russo, não porque este seja em princípio contrário à história, mas porque, quando tentou formular a questão, conforme pode ser acompanhado nas pesquisas de I. Tinianov, fê-lo, segundo o palestrante, de maneira equivocada e insatisfatória" </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> 10]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"A estética da recepção apresenta-se como uma teoria em que a investigação muda o foco: do texto enquanto estrutura imutável, ele passa para o leitor, o "Terceiro Estado", conforme Jauss o designa" </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">10-11]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Essa transferência, por sua vez, explica-se historicamente: é contemporânea às revoltas estudantis, ao mesmo tempo representando uma resposta a elas" </span></span><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> 11]</span><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Jauss e Gadamer</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Em 1961, Hans Georg Gadamer, ex-professor de Jauss na Universidade de Heidelberg, publica sua obra até hoje mais renomada: Verdade e método [Wahrheit und Methode], em que procura infundir nova direção à hermenêutica, ao atribuir-lhe o papel de intérprete da história". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 11]</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Jauss com seu programa de reabilitar metodologicamente os estudos da literatura, transformando-a no fundamento para a formulação de uma teoria da literatura equidistante do estruturalismo e do marxismo, encontra em Gadamer um de seus principais guias e modelos. Como o mestre, recupera a história como base do conhecimento do texto; e, igual ao outro, pesquisa seu caminho por uma via que permite trazer de volta o intérprete ou o leitor, sua defesa predileta na luta intelectual contra as correntes teóricas indesejadas". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 12]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] em Jauss, está presente a recusa de todo dogmatismo: sua modelagem teórica permanece sob constante vigilância às novas tendências ou às correções que se fizerem necessárias". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 12]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] a noção de que os sistemas não explicam tudo, portanto, de que o novo pode emergir de lugares inesperados, exigindo que se esteja não só atento para a novidade, mas que se tenham os sentidos em forma para perceber, compreender e interpretar da melhor maneira possível sua ocorrência. Talvez o mérito principal da estética da recepção resida em que traz embutida essa concepção, procurando extrair dela uma metodologia para conhecer a literatura. Nessa medida, parece ter muito para ensinar ao leitor, encarado como o principal elo do processo literário". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 12]</span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b style="color: black;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Capítulo II - Paralelas que se encontram em algum lugar da teoria</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b style="color: black;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] a estética da recepção se coloca em certo lugar da teoria da literatura, desde o qual contempla seus precursores, as influências recebidas, as linhas que simultânea mas diversamente pesquisam objeto similar, seus adversários intelectuais". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 13]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"O elemento comum partilhado por essas linhas é o princípio sintetizado por Hannelore Link: 'A literatura é um caso especial de comunicação'. ¹ Ele parece vago demais, porém é suficiente para excluir três das quatro correntes da moderna teoria da literatura que Peter Uwe Hohendahl opões à estética da recepção: 1. A teoria crítica - Associada principalmente às pesquisas de Theodor W. Adorno nas áreas da estética e filosofia, a teoria crítica recusa-se a analisar o impacto da obra, considerada objeto independenteNew Cristicism - Em grande evidência nos Estados Unidos e Inglaterra durante as décadas de 30 e 40, com projeções na crítica atual, o New Cristicism postula que a obra de arte literária é autônoma, cabendo considerar, quando da análise e interpretação, unicamente seus elementos internos. [...] 3. A fenomenologia - Roman Ingarden, em A obra de arte literária, faz questão de acentuar que o leitor, bem como o autor, são instâncias exteriores que não interferem na natureza do texto; logo, não devem ser objetos da descrição a que se proprõe nesse livro. Contudo, é importante observar que R. Ingarden utiliza o conceito de concretização, referindo-se à atividade do leitor, responsável pelo preenchimento dos pontos de indeterminação próprios ao estrato dos objetos apresentados. Desta maneira, se a fenomenologia associada às pesquisas é avessa à uma teoria da literatura que considere o leitor um fator básico do processo artístico, seus desdobramentos vieram a se opor à origem, ainda que não contradigam as idéias principais". [1: LINK, Hannelore. Rezeptionsforschung. Eine Einführung in Methode und Probleme. Stuttgart, Kohlhammer, 1980, p. 15.] </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 14-15]</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Hohendahl cita ainda o historicismo enquanto proposta que diverge da estética da recepção, embora a esse não se possa aplicar o princípio formulado por H. Link". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 15]</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"S. Suleiman, elencando as tendências da crítica que lidam com o recebedor enquanto peça importante da teoria, alude: à retórica, à semiologia e ao estruturalismo, na medida em que se preocupam com o processo de decodificação do texto pelo destinatário; à psicanálise e à hermenêutica, por lidarem com a questão da interpretação; e à semiologia da literatura que, mesmo num autor à primeira vista alheio ao tópico, como Lucien Goldmann, analisa a interação da obra com o público". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 15]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Tomando, pois, como critérios diretores a noção geral de literatura como forma de comunicação e os conceitos especiais de leitor enquanto entidade coletiva a quem o texto se dirige, leitura como ato resultante dessa troca e experiência estética com som seu efeito no destinatário, três grandes campos intelectuais se apresentam, que, ao lado das teses dos professores da Universidade de Constança, compõem o ramo da teoria da literatura centralmente preocupado com as questões relativas à recepção". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 16]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A sociologia da leitura</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"A sociologia da leitura aparece inicialmente como um sgmento da sociologia do saber, quando L. L. Schücking publica, em 1923, o livro Die Soziologie der literarischen Geschmacksbildung." </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 16]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Seu objetivo é estudar o público enquanto fato ativo do processo literário, já que as mudanças de gosto e preferências interferem não apenas na circulação, e portanto na fama, dos textos, mas também em sua produção". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 17]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Nas suas palavras, 'não há isto de um espírito de época, e sim, pode-se dizer, uma série de espíritos de época. Sempre será preciso distinguir grupos inteiramente diferentes, com ideais inversos de vida e sociedade. Com qual desses grupos se relaciona mais estreitamente a arte predominante depende de várias circunstâncias, e é necessário viver nas nuvens para atribuí-lo a fatores puramente ideais"³. [3: SCHUKING, L. L. The sociology or literary taste. Chicago, The University of Chicago press, 1966. p. 8.] </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 17]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Sem dúvida a perspectiva de Schuking é redutora, conforme aponta Hohendahl, ao fazer a história da literatura desaguar na história das mudanças de gosto. Todavia, seu estudo inaugurou um campo de investigação em que o público era pensado como elemento ativo; e, criticando o reducionismo idealista, cooperou para a formulação de uma história da literatura fundada na concretude dos fatos sociais". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 17-18]</span></span><span style="font-size: small;"><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>O estruturalismo tcheco</b></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b> </b> </span></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] o Círculo Linguístico de Praga trabalhou no início à sombra do formalismo russo, de quem herdou idéias e colaboradores, como Roman Jakobson, Sergei Karcevsky e Piotr Bogatyrev"[5]. [5: Cf. STEINER, Peter. The roots of structuralist aesthetics. In:_______, ed. The Prague School; select writings, 1929-1946. Austin, University of Texas press, 1882.] </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 19]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] o formalismo elaborou alguns conceitos que descrevem o fato literário na sua relação com o leitor. E o que ocorre à noção de estranhamento, concebida como o efeito necessariamente provocado pela arte, quando esta possui qualidade". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 19]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Neste sentido, o formalismo representa uma mudança importante na concepção vigente de valor estético. [...] a arte precisa manter-se em permanente renovação para alcançar o desejado efeito de estranhamento". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 20]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Quando o Círculo Linguístico de Praga começa a desenvolver suas pesquisas, ele assume algumas convicções do formalismo, como a oposição entre a linguagem estandartizada da comunicação pragmática e a linguagem poética caracterizada pelos artifícios visando ao estranhamento do destinatário". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 21]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"É o recebedor que transforma a obra, até então mero artefato, em objeto estético, ao decodificar os significados transmitidos por ela. Em outras palavras, a obra de arte é um signo, porque a significação é um aspecto fundamental de sua natureza, mas ela só se caracteriza quando percebida por uma consciência, a do sujeito estético". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 21]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"O estruturalismo tcheco, rico em sugestões a respeito da concepção do recebedor como personagem indispensável do processo de constituição do objeto estético e foco a partir do qual cabe revisar a história da literatura, quase se converteu por sua própria conta numa estética da recepção. Como tal, exerce evidente influência sobre os primeiros textos de Jauss voltados ao tópico. Além disto, soube refletir sobre a questão do recebedor desde a perspectiva estética, e não unicamente empírica, elaborando uma teoria sobre o valor e a história. Seu impacto sobre a ciência literária ocidental a partir dos anos 60, quando se traduziram suas teses para o inglês, Francês e alemão, não foi negligenciável, razão por que vários dos conceitos aqui expostos reaparecem nas páginas subsequentes". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 24]</span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O Reader-Response Criticism </span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Ao contrário das linhas antes descritas cujo aparecimento deu-se na década de 20, precedendo e/ou influenciando a estética da recepção, o Reader-Response Criticism é coetânio dessa e compartilha com ela algumas de suas teses e integrantes, como Wolfgang Iser". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 24]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Se a recusa do New Criticism constitui um dos denominadores comuns, para tanto procurando examinar a obra na medida da resposta do leitor, outro é a influência do estruturalismo, que leva Gerald Prince e Michael Riffaterre a tentarem estabelecer, cada um por seu turno, uma tipologia do leitor. [...] Nem Prince, nem Riffaterre, que elabora uma criatura puramente teórica classificada de arquileitor, pensam o leitor real ou o público consumidor da literatura, de maneira que suas investigações dão-se ainda no âmbito exclusivo do texto". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 25]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"É quando o Reader-Response Criticism mergulha nas águas do pós-estruturalismo, como acontece nos ensaios de J. Culler, que se desloca do domínio descritivo, relacionando os leitores implicados no tecido textual, para o interpretativo". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 25]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] o Reader-Response Criticism não representa uma ruptura com o New Criticism". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 26]</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Tanto Louise Rosenblatt, como Stanley Fish resgatam a figura do leitor; este não é uma construção do texto ou um produto seu". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 27]</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="color: purple;">"[...] é nos ensaios de Fish e Rosenblatt que o leitor aparece como entidade real, de carne e osso, cujas experiências são objetos de consideração e dados fundamentais para o conhecimento da natureza do texto. Neles encontra-se também a ruptura com a noção de auto-suficiência da obra literária, resíduo idealista de que o Reader-Response Criticism não se libertou. Apesar dos limites, com aqueles estudiosos uma crítica voltada ao leitor deixa de ser aspiração e parece converter-se em realidade". </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 28]</span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Capítulo 3 - Projetando a nova história da literatura</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"A entrada da estética da recepção no palco da teoria da literatura é assinada pela conferência ministrada por Jauss na Universidade de Constança, em 13 de abril de 1967 [...]. [...] o Autor parece ter a intenção de polemizar com as concepções vigentes de história da literatura. Investe contra seu ensino e propõe outros caminhos, assumindo uma atitude radical que confere ao texto a marca da ruptura e baliza o começo de uma nova era". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 29]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"[...] a conferência de 67 tem caráter inaugural; por outro lado, trata-se de uma síntese: da trajetória intelectual do autor que vinha se dedicando ao estudo da literatura medieval desde a perspectiva da relação dessa tanto com sua época de aparecimento, quanto com a posição histórica de intérprete¹". [1: Nos ensaios sobre literatura medieval, Jauss faz questão de indicar os pontos de contato entre o trabalho com essa produção e os objetivos da estética da recepção. Cf. JAUSS, hans Robert. Littérature médiévale et expérience esthétique. Actualité des Questins de littérature de Robert Guiette. Poétique, 31 : 322-36, set. 1977; e: Idem. the alterity and modernity of medieval literature. New Literary History, 10 (2) : 181-229, Inverno de 1979.] </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 39-30]</span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os métodos da história da literatura</span></b></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> </span></b></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Após a introdução provocativa, o conferencista indica que vigoram dois modelos de historia da literatura: o primeiro, mais atual, 'ordena seu material segundo tendências gerais, gêneros e o 'resto', para, em seguida, tratar as obras individuais dento dessas rubricas em sucessão cronológica'.² O outro, que segue o padrão da Antiguidade, encarnado pelas Vidas paralelas, de Plutarco, 'ordena o material de modo linear segundo o paradigma de grandes autores e valoriza-os conforme o esquema de 'vida e obra'' (p. 146). Em ambos, o problema é similar: não se trata de história, e sim de uma moldura para uma história, em que a historicidade da literatura desaparece. Além disto, falta a perspectiva estética, de que o historiado se abstém, abrigando-se sob o teto do 'cânone seguro das 'obras-primas'' (p. 147)³". [2 : JAUSS, Hans Robert. Literaturgeschichte als Provokation der literaturwissenschaft. In: ______. Literaturgeschichte als Provokation. 4. ed Frankfurt, Suhrkamp, 1974. p. 146. Como serão retiradas várias citações deste ensaio, doravente indicaremos, entre parênteses, apenas o número da página onde eles se encontram.] [3 : Cf. a respeito da crítica à historiografia da literatura e em geral, também: JAUSS, Hans Robert. Geschichte der Kunst und Historie. In: ______. Literaturgeschichte..., cit., p. 208-51] </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 30-31]</span></span><span style="font-size: small;"></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /></span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Resultou disso o impasse entre a história e a estética, que que a presença de uma implicava a ausência de outra". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">[página 31]</span></span></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-50667057433654256302011-08-31T02:26:00.000-03:002011-09-11T12:51:07.643-03:00Vem comigo, leitor [Fichamento]<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Vem comigo, leitor: A pedagogia da leitura em Quincas Borba</b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><b> REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:</b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">MAGALHÃES, Maria do Socorro Rios.<b> </b></span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><b>Vem comigo, leitor a pedagogia da leitura em Quincas Borba</b>.</span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">Teresina: EDUFPI, 1998.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<br />
<span style="font-size: small;"><b>Introdução:</b><br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"O romance machadiano, desde a sua fase romântica, se caracteriza pela presença de um narrador que dialoga constantemente com o leitor".</span> [página 9]<br /><br style="color: purple;" /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Machado abre espaço no seu texto para a presença ostensiva do leitor que, em suas obras, deixa as sombras do lugar de leitor implícito ou leitor virtual, para vir à luz como leitor fictício ou ficcionalizado ...".</span> </span><span style="font-size: small;">[página 9]</span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Os personagens representam uma tipologia de leitores, através dos quais o narrador pretende mostrar o tipo ideal de leitor, ao tempo em que vai conduzindo o processo de narração com a participação do leitor ficcionalizado".</span> </span><span style="font-size: small;">[página 9]</span><span style="font-size: small;"><br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Ambos os procedimentos fazem parte de uma pedagogia de leitura utilizada pelo Autor para a formação de um público que garanta a recepção de sua obra".</span> </span><span style="font-size: small;">[página 9-10]</span><span style="font-size: small;"><br /><b><br />Capítulo I - Machado de Assis e a crítica de seu tempo:</b><br /><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Enylton de Sá Rego em seu estudo sobre a obra de Machado de Assis, apresenta o despreparo da crítica brasileira na recepção das obras da segunda fase do escritor </span>...". </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">11]<br /><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A evolução da obra de Machado de Assis coincide com a evolução da crítica nacional, assim como o escritor vai, aos poucos, crescendo como romancista, da mesma forma vai-se formando a primeira geração brasileira de críticos literários especializados".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">12]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"José Veríssimo, em 1890, ano seguinte à publicação de Dom Casmurro, escreveu o artigo, 'Um irmão gêmeo de Brás Cubas', em que chama atenção para a semelhança entre os dois romances no que tange àquilo que chama de 'filosofia amarga, céptica, pessimista, uma concepção desencantada da vida, uma desilusão completa dos móveis humanos' </span>(<span style="color: purple;">1977, p. 27)".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 13]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"José Veríssimo, não obstante os reparos ao pessimismo do Autor, considera Machado o mais autêntico e mais verdadeiro representante da literatura brasileira".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">14]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Sílvio Romero tornou célebre a sua crítica à obra de Machado pela virulência do ataque a um escritor que vinha suscitando muitos elogios entre seus contemporâneos".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">15]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Embora tenha sido muito severo com a obra machadiana, no seu trabalho de 1897, Sílvio Romero não pode deixar de lhe reconhecer certas qualidades, como a correção gramatical, a simplicidade e a propriedade das imagens e a adequação das comparações e dos qualificativos (1954, p. 1624) ...".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 16]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Como se vê, a obra machadiana, ainda que nem sempre acolhida pelos críticos, encontrou receptividade de público, talvez porque o próprio Autor tenha assumido uma tarefa que seria da crítica: a educação do leitor para encarar o texto de ficção literária". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">18]<br /><br /><b>Capítulo II - Quincas Borba e seu retrospecto: Memórias Póstumas de Brás Cubas:</b><span style="color: purple;"> </span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"O 'Prólogo' da 3ª edição de Quincas Borba, de 1899, deixa claro que este romance proveio de Memórias Póstumas de Brás Cubas".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">19]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A nível de representação, Quincas Borba constitui o complemento de Memórias Póstumas de Brás Cubas, pois é naquele que se pode observar, na prática, a aplicação do 'humanismo' já apresentado a Brás Cubas por seu amigo filósofo".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 19-20]<br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Ao contrário de Sofia que, segundo Machado de Assis, (1992, p. 17), está toda em Quincas Borba, o próprio Quincas não está inteiro neste romance. Para compor o todo deste personagem é necessário juntar os dois livros, utilizando Memórias Póstumas de Brás Cubas como um grande "flash back" de Quincas Borba".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 20]</span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"> </span></span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Memórias Póstumas de Brás Cubas funciona como retrospecto da trajetória do filósofo humanista, que, em Quincas Borba, vive a sua etapa final".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">21]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"As equivalências e semelhanças entre Quincas Borba e Memórias Póstumas de Brás Cubas podem parecer redundância. A retomada de temas de um livro pelo outro, porém, constitui na obra machadiana um recurso didático. Ele só avança no seu curso literário quando seus leitores/discípulos estão suficientemente preparados".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 23]<br /><br /><b>Capítulo III - Os leitores representados:</b><span style="color: purple;"> </span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Na representação do leitor em Quincas Borba, Machado de Assis enfatiza a critica ao Romantismo, fazendo de Rubião uma vítima da leitura de obras românticas. Simples mestre-escola do interior, seus limitados conhecimentos não lhe permitiam ultrapassar o gosto literário popular, daí a sua preferência pelos românticos franceses mais divulgados na época".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 25]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A loucura de Rubião é sutilmente atribuída aos livros que lê; visto que são eles que oferecem o material para seus delírios". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;">28]<br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;">Escapismo; Segundo Freud, há três tipos de pessoas que não escondem seus delírios: as crianças, os artistas e os loucos.<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Com o agravamento da doença, Rubião procura cada vez mais na leitura a compensação de seus problemas existenciais. Empobrecido, abandonado pelos amigos e desprezado por Sofia, ele passa a utilizar a leitura como forma de 'viajar', substituindo o real por fantasias mais compensatórias".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 29]<br /><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Rubião é a representação do leitor fracassado".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 30]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"O que faz de Rubião um mau leitor é a sua incapacidade de interagir com o texto, não conseguindo um equilíbrio entre aquilo que é dado no texto e aquilo que ele próprio traz para a leitura".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 31]<br /> </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;">Rubião confunde efeito com recepção.<br /><br style="color: purple;" /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Os demais leitores masculinos representados neste romance são bem diferentes de Rubião. O que tem um comportamento mais próximo do seu é o Major Siqueira, também leitor de romances e que fazia da leitura uma experiência catártica".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 31]<br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Ao contrário de Rubião, Palha é leitor eficiente, pois seleciona seu material de leitura de acordo com os interesses práticos de sua vida profissional". </span></span><span style="color: black; font-size: small;">[página 32]</span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /><br style="color: purple;" /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Carlos Maria é um leitor sofisticado e elegante. A permanente atitude de tédio e desinteresse pelo que está a sua volta, vai levá-lo à leitura de revistas inglesas que tratam de assuntos totalmente alheios à realidade local". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;"> 33]</span></span><br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Camacho é um falso leitor. A falsidade de sua condição de leitor se revela no estilo de seus artigos jornalísticos: 'meio magro e meio inchado". </span></span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">33-34]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"O leitor totalmente erudito é representado por Quincas Borba, o único capaz de cita de cor autores e obras".</span><span style="color: purple; font-size: small;"> <span style="color: black;">[página </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;"> 34]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Teófilo, apesar do nome, não se dedica a leitura teológicas. Ao contrário, trata-se de um leitor técnico, altamente especializado". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;"> 34]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Dentre os personagens femininos, apenas Sofia pode ser apontada como leitora. Maria Benedita e D. Fernanda, por razões diferentes não cultivam a leitura. [...] As duas são mulheres do lar, sem pretensões de ascender socialmente como ocorria com Sofia que precisava da leitura enquanto sinal de distinção, como aparece no caso da assinatura da Revista dos Dois mundos, publicação francesa muito lida pelas damas da sociedade fluminense". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;"> 34-35]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Sofia lia romances da mesma forma que dançava valsa ou tocava piano, era apenas mais uma prenda de senhora elegante". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">36]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Embora assídua leitora de romances, Sofia não confunde a realidade da vida com a fantasia dos livros, como acontece com Rubião". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"><span style="color: black;"> 36]</span><b><span style="color: purple;"> </span></b></span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"A representação do leitor em Quincas Borba revela que a leitura corresponde a uma forma de relacionamento com o mundo, aqueles leitores que sabem lidar com o jogo do texto, são os bem sucedidos no jogo da vida". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"><span style="color: black;"> 37]</span><br /><br /><b>Capítulo IV - Leitor ficcionalizado X Leitor virtual: O modelo de leitura proposto pelo narrador</b><br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A constante referência ao leitor nos romances machadianos há muito tem chamado a atenção dos críticos, mas, só recentemente, com o instrumental da estética da recepção se tornou possível abordar essa questão do ponto de vista de uma teoria literária específica". </span></span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">39]</span> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"O narrador machadiano se disfarça de contador de histórias exatamente para reproduzir a situação de confiança e intimidade que existe entre o contador e o ouvinte de histórias orais". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"><span style="color: black;"> 39]</span><br /> </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;">O narrador machadiano é distanciado. Ele não se envolve com os dramas das personagens.<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A preocupação de instrumentalizar o leitor para a narrativa literária se traduz na inserção deste no processo de narração, através da encenação do ato de leitura, que ficcionaliza o leitor no propósito de aproximar o leitor real do leitor ideal esboçado pelo texto. Wernneck explica, assim, esse procedimento:</span><span style="color: purple;"> </span></span></div>
<blockquote>
<blockquote style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">'A intenção de aproximar o ato de escrever do ato de ler define a presença, no texto machadiano, de um leitor ficcionalizado, inscrito no processo de narração como um interlocutor mais próximo do sujeito que narra.</span></span></div>
</blockquote>
<blockquote style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">'Na literatura de Machado, o leitor ficcionalizado não é mero receptor de um texto cuja função designativa aponta para um mundo na ficção representado. Fazendo do texto seu habitat, ao contrário, o leitor aí invocado adquire valor de sinal de ficção'. (1985, p. 85) </span></span><span style="font-size: small;">[página 39-40]</span></blockquote>
</blockquote>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A ficcionalização de leitor em Quincas Borba se dá de duas maneiras: pela auto-referência da narrativa e pela invocação do leitor por parte do narrador". </span></span><span style="color: black; font-size: small;">[página</span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;"> 40-41]</span> </span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"A auto-referência apresenta-se de dois modos: ou o narrador chama a atenção do leitor para a forma narrativa ou então recorda trechos passados que possam estar esquecidos". </span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="color: purple; font-size: small;"> <span style="color: black;">41]</span></span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"A invocação do leitor, outra forma usado por Machado para realizar sua ficcionalização, aparece em Quincas Borba de forma muito variada".<span style="color: black;"> </span></span><span style="color: black; font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"><span style="color: black;">43]</span><br /><br /><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A leitura de Quincas Borba consiste, realmente, numa lição de literatura em que o mestre/narrador demonstra sobejamente a superioridade de seus conhecimentos sobre os do leitor. Aparecem no livro mais de trinta referências a obras e autores da literatura universal, feitas pelo narrador. Sua didática, no entanto, deixa que o aluno/leitor complemente as informações dadas com outras que ele próprio deve buscar. É assim que certas alusões a escritores ou a obras literárias lhe exigem que complete as lacunas deixadas pelo narrador".</span> </span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 48]</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Em outros trechos o narrador deforma a obra citada, dando novo sentido a frases desgastadas pelo abuso de citações". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 48-49]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Há várias passagens em que o narrador ilustra os fatos que apresenta comparando-os com os de outras obras literárias". (p. 49)</span><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;">"As aludidas citações revelam a as preferências literárias do narrador, que privilegia a prosa em detrimento da poesia".</span> (p. 49)<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A ficcionalização do leitor compreende, portanto, o narrador que representa o leitor ideal e o seu interlocutor, o leitor aprendiz. Quincas Borba dramatiza o ato de leitura como procedimento didático na educação do público leitor. Mas ao leitor virtual ou leitor implícito² de Quincas Borba são dadas duas possibilidades de leitura: confundir-se com o leitor ficcionalizado e se deixar guiar pelo narrador, ou então contrapor-se ao narrador, desmontando suas armadilhas. De um modo ou de outro, a obra continuará garantindo sempre o prazer da leitura. [²Trata-se, na concepção de W. Iser, de uma função prevista no texto, como explica o Autor em "El processo de lectura: una perspectiva fenomenológica". In: Warning, Rainer (org) Estética de la receptión. Madrid: Vison, 1989] </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 50]<br /><br /><b><span style="color: purple;"></span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><b>Conclusão</b><br /><span style="color: purple;"> </span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Para o leitor de hoje, que não está interessado na análise literária da obra ou na análise da situação sócio-política representada, um livro como Quincas Borba não consegue cativar a atenção. Os procedimentos narrativos que cumpriram uma missão pedagógica em relação ao público do século XIX perdem sua eficácia em relação a um público habituado a conviver com a ficção através de outros meios, como o cinema e a televisão, o que obrigou a ficção literária contemporânea a adotar recursos semelhantes aos utilizados por aqueles veículos". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 51]<br /><br /><span style="color: purple;"></span><b> <span style="color: purple;"> </span></b><span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Da mesma forma, a trama amorosa de Quincas Borba, apesar de seu desenlace amargo e realista, pode parecer anacrônica para o leitor atual, pois, para ele, é muito pouco verossímil a sustentação do triângulo Rubião-Sofia-Palha por uma centena de capítulos, sem que as intenções de cada um e materializem na "proposta indecente", que, uma vez acordada, traria vantagens para todos. A ambiguidade do comportamento, a sutileza dos olhares e da conversação, armas utilizadas por Sofia para vencer Rubião fazem parte de um código de normas que não mais tem lugar na sociedade atual e por isso não é mais reconhecível para o leitor de hoje". </span></span><span style="font-size: small;">[página </span><span style="font-size: small;"> 52]</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">__________</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Referências utilizadas pelo autor(a):</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span class="st"></span><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">CÂMARA Júnior, J. Mattoso. <b>Ensaios machadianos: língua e estilo.</b> Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979;</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> <b><br />
</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> HALLEWELL, Laurence. <b>O livro no Brasil: sua história.</b> São Paulo: EdUSP, 2005;</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><br />
</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">MURICY, Kátia. <b>A razão cética: Machado de Assis e questões de seu tempo</b><b>. </b>São Paulo: Companhia das Letras, 1988;</span></span></div>
<div style="color: red; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</span></span></div>
<div style="color: red; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">REGO, Enylton de Sá. <b>O calundu e a panacéia: Machado de Assis, a sátira menipéia e a tradição luciânica</b><span style="color: red;">. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989</span>;</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">ROMERO, Sílvio. <b>História da literatura brasileira. </b>Tomo Quinto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954;</span> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VENTURA, Roberto. <b>Estilo Tropical: história cultural e polêmica literárias no Brasil. </b>São Paulo: Companhia das Letras, 1991;</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VERÍSSIMO, José. <b>Estudos da literatura brasileira. </b>3ª edição. Belo Horizonte/Itatiaia, São Paulo/EDUSP, 1977;<br /><br />
WARNING, Ranier (org). </span>
<span style="font-size: small;"><b>Estética de la reception. </b>Madrid Visor, 1989;</span>
<span style="font-size: small;">WERNECK, Maria Helena Vicente. <b>Mestre entre agulhas e amores: A leitura do século XIX na literatura de Machado e Alencar. </b>Rio de Janeiro / 2ª edição / 1985. Dissertação de mestrado apresentada à PUC-RJ;</span><br />
<br />
<div style="color: red;">
<span style="font-size: small;">ZILBERMAN, Regina. <b>Estética da recepção e história da literatura</b>. São Paulo: Ática, 1989.</span></div>
</div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-4172453111612823302011-08-30T13:52:00.000-03:002011-09-11T12:50:24.883-03:00O Leitor, esse desconhecido [Fichamento]<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><b style="color: black;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</b> </span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
</div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. O Leitor, esse desconhecido. </span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">In: A Formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2001. </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><b>O Leitor, esse desconhecido</b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"> </span></span><span style="color: purple; font-size: small;">"Se não podemos escrever a biografia do leitor, temos condições de narrar sua história, que começou com a expansão da imprensa e desenvolveu-se graças à ampliação do mercado do livro, á difusão da escola, à alfabetização em massas das populações urbanas, à valorização da família e da privacidade doméstica e à emergência das idéias de lazer". <span style="color: black;">[página 14]</span></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Ser leitor, papel que, enquanto pessoa física, exercemos, é função social, para qual se canalizam ações individuais, esforços coletivos e necessidades econômicas". </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 14]</span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Para a leitura se expandir a ponto de se transformar em prática social, foi também necessária outra mudança: deu-se uma até então inédita e a partir daí permanente valorização da família". </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 15]</span></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"É no interior de desse modelo de família que se intensifica o gosto pela leitura, por consistir em atividade adequada ao contexto de privacidade próprio da vida doméstica". </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 15-16]</span></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"[...] o saber ler, principalmente para os grupos religiosos, entre os quais se contam acima de tudo os protestantes e os reformista, interessados no conhecimento e difusão da Bíblia, passou a ser considerado habilidade necessária à formação moral das pessoas". </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 16]</span></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"A leitura se fortalece e se institucionaliza no avesso das práticas associadas nos modos tradicionais de narrar, de tipo oral, fundados na experiência vivida, de sentido comunitário e enraizados no meio rural, cujo desaparecimento Walter Benjamin lamenta". (p. 16)</span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"Se é certo que leitores sempre existiram em todas as sociedades na quais a escrita se consolidou enquanto código, como se sabe a propósito dos gregos, só existem o leitor, enquanto papel de materialidade histórica, e a leitura, enquanto prática coletiva, em sociedades de recorte burguês, onde se verifica no todo ou em parte uma economia capitalista." </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 16]</span></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="color: purple; font-size: small;">"[...] o leitor empírico, destinatário virtual de toda criação literária, é também direta ou indiretamente introjetado na obra que a ele se dirige. Assim, nomeado ou anônimo, converte-se em texto, tomando a feição de um sujeito com o qual se estabelece um diálogo, latente mas necessário". </span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 17]</span></span><br />
<span style="color: purple; font-size: small;"><br /></span><span style="color: purple; font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Assim sendo, não apenas porque consiste numa das primeiras manifestações da indústria do lazer, nem porque perdeu a natureza pedagógica que a fez ser primeiramente patrocinada por grupos religiosos, a leitura apresenta particularidades concretizadas na conceituação do leitor. Este se configura como sujeito dotado de reações, desejos e vontades, a quem cabe seduzir e convencer. Todo escritor, voluntariamente ou não, depara com essa instância da alteridade, procurando conquistá-la de um modo ou de outro. A forma como o faz sinaliza o tipo de comunicação que tem em vista e indica o modo como se posiciona diante da circulação de sua obra, vale dizer, da associação de seu texto". </span></span><span style="color: purple; font-size: small;"><span style="color: black;">[página 17]</span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"></span></span></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-41095394399979235282011-08-29T13:45:00.000-03:002011-09-11T12:46:50.268-03:00O Leitor, esse desconhecido [Fichamento]<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<b><span style="font-size: small;"> REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. O Leitor, esse desconhecido.</span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">In: A Formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2001.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<b><span style="font-size: small;">O Leitor, esse desconhecido</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Só por volta de 1840 o Brasil do Rio de Janeiro, sede da monarquia, passa a exibir alguns dos traços necessários para a formação fortalecimento de uma sociedade leitora". <span style="color: black;">[página 18]</span></span></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"A forma como autores e narradores do Romantismo brasileiro apresentam-se diante do leitor, nos livros de ficção, é sintomática dos cuidados tomados diante desse público incipiente". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 18]</span></span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Manuel Antônio de Almeida parece conduzir o leitor pela mão, como se o caminhos a percorrer - vale dizer, a leitura autônoma da obra - fosse difícil. [...] um narrador que tutela seu leitor de modo paternalista, receoso de que a leitura, à menor dificuldade, seja posta de lado". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 19]</span></span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"> </span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Tais e tantas estratégias, se não garamtem ao narrador a fidelidade do leitor a um texto que se prolonga, sem dúvida estreitam a cumplicidade entre ambos: o leitor é uma figura para quem se conta um segredo os acontecimentos da trama. Aparentemente a técnica, aplicada ao folhetim, deu certo; tanto é assim que é mantida no desenrolar do romance, reaparecendo mais adiante na obra de Machado de Assis". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 20]</span></span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Em A mão e a luva, romance de 1874 originalmente lançado como folhetim e obra de envergadura maior que um conto, machado retoma essas técnicas, às quais associa algumas das práticas de Manuel Antônio de Almeida". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 22]</span></span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Assim como Manuel Antônio de Almeida, esse narrador machadiano não deixa de orquestrar antecipações e retrospectos: aquelas aguçam a curiosidade, e estes são imprescindíveis aos que se perderam no desenrolar da tram". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 22]</span></span></span><span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"> <span style="color: purple;"></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Outra dimensão da solidariedade da leitura é a que se desenha, não mais entre leitor e narrador. mas entre leitor e leitor, a partir da representação de situações de leitura domesticas e coletivas". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 23]</span></span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-91616448400804593952011-08-28T13:39:00.000-03:002011-09-11T12:47:18.946-03:00A Leitora, como ela foi [Resumo]<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS </b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<br /></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A Leitora, como ela foi. </span></div>
<div style="color: red; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">In: A Formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2001.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;">As autoras afirmam que, mesmo em quantidade reduzida, há passagens na literatura que atestam a prática da leitura entre as mulheres. Como exemplo elas citam o depoimento de José de Alencar, relembrando seus tempos de menino quando exercia a função de ledor para as mulheres de sua casa, e de Graça Aranha relembrando de sua mãe. Quanto ao texto literário em si, as autoras citam passagens dos romances Quincas Borba (1899), Helena (1876) e Casa Velha (1885) e dos contos Aires e Vergueiro de 1871, Linha reta linha curva de 1865 e Anedota Pecuniária de 1884, todos de Machado de Assis. </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;">Há também referência aos romances Lucíola e Senhora de José de Alencar e à Marília de Dirceu de Gonzaga. A conclusão é a de que a ficção romântica exerceu uma função pedagógica, n sentido de procurar educar essas "leitoras" para a prática da leitura. Por fim, as autoras deixam uma questão em aberto: será se os autores desta época não compartilhavam de uma utópica missão de emancipar essas senhoras através da leitura e ao mesmo tempo se emanciparem com orientadores intelectuais do meio em que viviam?</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"></span><span style="font-size: small;"><b>Rodrigo Morais Leite</b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-55905046396403472322011-08-27T13:31:00.000-03:002011-09-11T12:49:43.476-03:00A Leitora, como ela foi [Fichamento]<div style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<b><span style="font-size: small;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: red;"> </span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: red;">LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A Leitora, como ela foi. In: </span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><span style="color: red;">A</span></span></b><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><b style="color: red;"> Formação da Leitura no Brasil.</b><span style="color: red;"> São Paulo: Ática, 2001.</span></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /><span style="color: purple;"></span></span><b><span style="color: black; font-size: small;">A Leitora, como ela foi</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"... embora mais raras, existem também evocações de leituras femininas". <span style="color: black;">[página 266]</span> </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"... a ficção de Alencar e de seus contemporâneos incorporava um flagrante do cotidiano brasileiro do século XIX, onde vigorava a leitura oral, doméstica, com a participação coletiva, sobretudo de mulheres, que se comovem perante cenas sentimentais. Também não por acaso várias narrativas apresentam cenas em que os amantes traduzem os sentimentos que os une ao partilharem a leitura de uma obra". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 268]</span></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"... nas cenas de leitura coletiva, o sistema parece bastante primitivo, remontando às manifestações mais antigas e populares da arte de contar, as mesma cujo desaparecimento Walter Benjamim lamenta e contextualiza na irreversível industrialização da produção de livros, que empurra o processo de fruição narrativa para a solidão da leitura individual. Essa precariedade condiz, de um lado, com as condições de vida da sociedade brasileira da primeira metade do século XIX". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 270]</span></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><br style="color: purple;" /></span><span style="font-size: x-small;"><b> <span style="color: purple;"> </span></b></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;">"Num ambiente de poucos leitores e raras leitoras, a ficção romântica acabou por execer função pedagógica, procurando atrair o público para o universo da educação e da arte. Para tanto, precisou, de um lado, negar certos parâmetros de seu tempo e, de outro, investir na imaginação de damas de fino trato e mulheres de projeção, numa representação visivelmente influenciada pelos salões franceses do século XVIII, quando engatinhava o processo de liberação feminina. Quem sabe Machado, Alencar e seus pares não verbalizavam a utopia de seu tempo, aquela em que os próprios escritores teriam um par proeminente, por serem os menores dessas senhoras emancipadas, por se emanciparem eles mesmos, vivendo de sua atividade e orientando intelectualmente o meio em que viviam?". </span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: purple;"><span style="color: black;">[página 271]</span></span></span></div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8929511691284119595.post-43691929202719432102011-08-26T08:00:00.000-03:002011-09-11T12:49:21.605-03:00Fichamento de Citação [Citação]<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></span></div>
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
<m:smallfrac m:val="off">
<m:dispdef>
<m:lmargin m:val="0">
<m:rmargin m:val="0">
<m:defjc m:val="centerGroup">
<m:wrapindent m:val="1440">
<m:intlim m:val="subSup">
<m:narylim m:val="undOvr">
</m:narylim></m:intlim>
</m:wrapindent>
</m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac></m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac><br />
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<b><span style="font-size: small;">REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</span></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">CHATT,
Cidinei Bogo.<b> A Importância das Técnicas da Leitura, Fichamento, Resumo e
Resenha na Produção de Textos Técnico-Científicos. </b>Em:
<http://www.uj.com.br/publicacoes/doutrinas/default.asp?action=doutrina&coddou=7154>.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: right;">
<span style="font-size: small;">Acesso em 04/07/2011.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: small;"><b>Fichamento
de Citação</b></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b> </b>
<span style="color: purple;">O fichamento de citação é a transcrição textual, ou seja, é a reprodução fiel
das frases que se pretende usar na produção do texto técnico-científico.
Deve-se ter os seguintes cuidados:</span></span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">a)
toda citação tem de vir entre aspas. É através deste sinal que se distingue uma
ficha de citações das de outro tipo. Além disso, a colocação das aspas evita
que, mais tarde, ao utilizar a ficha, se transcreva como do autor das fichas,
os pensamentos nela contidos;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">b)
após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída. Isso
permitirá a posterior utilização no trabalho com a correta indicação
bibliográfica;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">c)
a transcrição tem de ser textual. Isso inclui os erros de grafia, se houver.
Após eles, coloca-se o termo sic, minúscula e entre colchetes;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">d)
a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se local da
omissão, três pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou final do
texto e entre parênteses, no meio;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">e)
a frase deve ser completada, se necessário, quando se extrair uma parte ou
parágrafo de um texto, este pode perder seu significado, necessitando de um
esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre colchetes;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">f)
quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato tem de ser
assinalado. Muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos escritos por
outra pessoa. Nesse caso, é imprescindível indicar, entre parênteses, a referência
bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação;</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
Além disso, segundo João Bosco Medeiros, a transcrição direta de até três
linhas deve ser contida entre aspas duplas. Quanto às citações diretas com mais
de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com
letra menor que o do texto utilizado e sem aspas. (19)</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"> Por
fim, quanto aos tipos de citação, temos três: 1. citação direta – na citação
direta utiliza-se literalmente as próprias palavras do autor; 2. citação
indireta – na citação indireta se reproduz ideias do autor com as próprias
palavras. Ou seja, pega-se a ideia do autor e a expressa com palavras próprias;
e 3. citação de citação – na citação de citação é realizada a menção de um
documento ao qual não se teve acesso, mas que se conheceu através de outro
autor.</span></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="color: purple; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Portanto,
conforme ABNT (20), a citação é a menção de uma informação extraída de outra
fonte. Poder ser uma citação direta, citação indireta ou citação de citação.
Segue abaixo modelo de citação direta que permite melhor visualização. </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">__________</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">(19)
MEDEIROS, João Bosco. <b>Redação científica: a prática de fichamentos, resumos,
resenhas</b>. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 116;</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">(20)
<b>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT</b>. Citações em documentos
– Apresentação. NBR 10520. ago. 2002.<span style="color: black;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</div>
Rodrigo Leitehttp://www.blogger.com/profile/06659206847877775829noreply@blogger.com0